Preocupações de segurança fazem Reino Unido querer acelerar proibição de tecnologia 5G da Huawei

Preocupações de segurança fazem Reino Unido querer acelerar proibição de tecnologia 5G da Huawei

Com base em uma reavaliação de segurança, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, agora tem “boas razões técnicas” para começar a eliminar a tecnologia da Huawei de redes 5G, disse um ex-chefe do MI6, o serviço secreto britânico, ao Financial Times neste domingo.

De acordo com o Telegraph, as autoridades do Reino Unido estão atualmente trabalhando em propostas para interromper as instalações dos novos equipamentos da Huawei em menos de seis meses e intensificando os esforços de remoção do hardware existente já implementado. Essa seria uma linha do tempo drasticamente acelerada em comparação com as diretivas estabelecidas em maio, que deram à empresa chinesa até 2023 a redução de seu envolvimento nas redes 5G do Reino Unido.

Também marcaria uma reviravolta ainda mais definitiva dos compromissos oficiais feitos em janeiro, quando Johnson parecia dar à Huawei o benefício da dúvida, apesar dos avisos das agências de inteligência dos EUA sobre possíveis riscos à segurança nacional. Como parte dessa decisão inicial, a Huawei teve um papel limitado na infraestrutura 5G do Reino Unido, capaz de participar em não mais de 35% da implementação e somente com a aprovação das agências de inteligência do país.

Agora, parece que o Reino Unido quer remover completamente equipamentos da fabricante chinesa.

“Atualmente, existem boas razões técnicas para o Reino Unido mudar a decisão feita em janeiro”, disse Sir John Sawers, ex-chefe da inteligência britânica, segundo o Financial Times. “A avaliação de segurança agora é diferente, porque os fatores mudaram”.

Como resultado das novas sanções americanas impostas à Huawei, “fornecedores não chineses confiáveis […] não podem mais trabalhar com a empresa” e “os serviços de inteligência do Reino Unido não podem mais fornecer as garantias necessárias de que o equipamento fabricado na China ainda é seguro para uso na rede de telecomunicações do Reino Unido”, disse Sawers.

De acordo com um relatório do órgão do GCHQ (Government Communications Headquarters), o serviço de inteligência britânico, as autoridades não acreditam mais que os riscos de segurança apresentados por uma parceria com a Huawei possam ser gerenciados com segurança, informou o Telegraph.

Essas sanções tiveram um impacto “severo” na capacidade da Huawei de implantar com segurança redes 5G, já que a empresa não pode mais usar a tecnologia que depende de propriedade intelectual americana e, portanto, pode ser forçada a adotar substituições menos seguras. O Conselho de Segurança Nacional do Reino Unido deve confirmar a decisão nas próximas duas semanas.

Em comunicado ao Guardian no domingo, a Huawei disse que as sanções dos EUA “não são sobre segurança, mas sobre posição no mercado” e que está tentando gerenciar as consequências da decisão “para que o Reino Unido possa manter sua liderança atual no 5G”.

“Todos os nossos produtos e soluções líderes usam tecnologia e componentes sobre os quais o governo do Reino Unido supervisa estritamente”, continuou o comunicado.

A empresa chinesa foi proibida de comprar tecnologia fabricada por empresas americanas desde que o governo Trump a colocou na lista de entidades no ano passado. As autoridades de inteligência dos EUA afirmam há muito tempo que os laços estreitos da Huawei com o Partido Comunista Chinês e o aparato militar da China tornam a companhia um risco de segurança nacional para as redes de telecomunicações dos Estados Unidos.

Na semana passada, Huawei e ZTE foram oficialmente designadas uma ameaça à segurança nacional pela FCC (Comissão Federal das Comunicações dos EUA).

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