Hackers fazem caixas automáticos ‘cuspirem’ dinheiro na Europa
Novo tipo de ataque envolve o uso de um dispositivo externo que faz com que os caixas eletrônicos ejetem dinheiro descontroladamente
O mercado financeiro, que sempre sofreu com ataques cibernéticos, assaltos e explosões de agências, ganhou outra preocupação na proteção de patrimônios. Com a ajuda de um dispositivo externo, o ataque “Black Box” (caixa preta) faz com que caixas eletrônicos ejetem dinheiro.
O modus operandi é bem similar ao ataque jackpotting, mas nesta técnica, os hackers utilizam uma caixa preta. Os criminosos vão até os caixas eletrônicos e conseguem abri-lo com uma chave especial. Com o caixa em modo supervisor e por meio de um cabo USB, eles instalam a “caixa preta” — dispositivo externo capaz de controlar o saque de dinheiro. Feito isto, o restante da operação pode ser controlado facilmente por um celular e o roubo é feito em questão de minutos.
A empresa americana de tecnologia financeira e de varejo Diebold Nixdorf, alerta o mercado financeiro diante da nova técnica adotada pelos criminosos. “Apesar do criminoso ainda necessitar de um dispositivo externo, neste estágio de nossas investigações, parece que o dispositivo contém partes de componentes do software dos caixas eletrônicos atacados”, disse a instituição.
Veja abaixo como funciona o ataque “Black Box”.
Ataques diminuem no Brasil
Os casos de “Black Box” têm se espalhado pela Europa e, embora não tenham sido reportados no Brasil, exigem atenção.
A boa notícia é que um levantamento divulgado pela Febraban (Federação Nacional de Bancos), em fevereiro deste ano, aponta que os ataques a caixas eletrônicos reduziram em 45% no ano passado.
Além de ataques contra caixas eletrônicos, assaltos e tentativas de assaltos a bancos sofreram queda no ano passado, segundo dados da FEBRABAN. Foto: Divulgação/FEBRABAN
A tecnologia também tem sido forte aliada dos bancos no combate a ações criminosas. Estima-se que os bancos investem anualmente cerca de R$ 19,6 bilhões em TI.
Para Pedro Oscar Viotto, diretor setorial de segurança bancária da Febraban, a adoção de operações financeiras por meio de canais digitais auxilia na diminuição de crimes. “A tecnologia permite que os bancos desenvolvam produtos e serviços que reduzam a necessidade de saques e manuseio de dinheiro nas agências, uma ferramenta importante no combate a crimes contra as instituições financeiras”.