Por que ataques na área da saúde aumentaram com a pandemia?
A pandemia do coronavírus tem sido encarada como um “prato cheio” para hackers, que exploram a carência de segurança cibernética dos trabalhos remotos. No entanto, um setor específico tem chamado a atenção de cibercriminosos: a área de saúde. Apesar da trégua anunciada por algumas organizações criminosas, os invasores mantêm hospitais e indústrias de saúde no radar – já que estes vêm recebendo doações e recursos de fundos governamentais.
Os ataques ransomware, um tipo de malware, é o meio mais utilizado. Ao sequestrar o banco de dados e informações pessoais de pacientes, os invasores entram em contato solicitando uma quantia em dinheiro ou bitcoins em troca do acesso ou descriptografia dos arquivos.
Um levantamento recente feito pela Apura Cybersecurity Intelligence apontou a existência de 920.866 mil sites suspeitos com a palavra “coronavírus” em domínios brasileiros. O crescimento de golpes no setor de saúde, segundo dados da Accenture, já vinha sendo detectado cerca de três anos atrás.
Em maio, dezenas de líderes globais assinaram uma carta reivindicando auxílio na prevenção de ciberataques contra empresas de saúde. “Convocamos governos globais a tomarem medidas imediatas e ação decisiva para impedir todos os ataques cibernéticos contra hospitais, empresas de assistência e de pesquisa médica, bem como contra equipes médicas e organizações internacionais de saúde pública”, diz a carta organizada pelo CyberPeace Institute.
A Kaspersky se engajou na causa e anunciou acesso gratuito, por seis meses, de seus produtos de segurança às organizações médicas. Quatro ferramentas de proteção para endpoint e cloud foram disponibilizadas.
Outra empresa que agiu em prol do setor médico foi a Microsoft, enviando alertas a hospitais e outras organizações de saúde vulneráveis a invasões virtuais. A gigante também publicou uma série de recomendações protetivas, indicadas para as mais diversas instituições.